Fundamentais no passado, quando ajudaram a formar uma matriz elétrica nacional renovável, elas se mantêm importantes para o futuro do País
Há 132 anos, em 22 de agosto de 1889, o industrial mineiro Bernardo Mascarenhas inaugurou a Usina de Marmelos, a primeira hidrelétrica de funcionamento contínuo do Brasil, situada em Juiz de Fora (MG), às margens do Paraibuna. Seu propósito era suprir energia para os teares da empresa têxtil do empreendedor, uma iniciativa que demonstrou o potencial da exploração dos recursos hídricos do país para a geração de eletricidade.
Essa ousadia deixou uma lição valiosa: o potencial do Brasil em explorar seus rios para ampliar a produção de energia. Ao longo do século 20, especialmente a partir dos anos 70, o investimento nessa matriz energética renovável diferenciou o Brasil em comparação com outros países industrializados.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil possui 219 usinas hidrelétricas de grande porte, conhecidas como UHEs, e adicionalmente conta com 425 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e 739 centrais geradoras hidrelétricas (CGHs). Em 2021, essas centrais representavam 62,48% da capacidade de energia instalada no país e eram responsáveis por 67% de toda a eletricidade gerada. Três das usinas brasileiras estão classificadas entre as dez maiores do mundo: Itaipu Binacional, Belo Monte e Tucuruí.
As projeções do Ministério de Minas e Energia indicam que a energia hidrelétrica continuará dominante na geração de eletricidade no Brasil até 2030, com uma participação prevista de 58% na produção anual e um aumento na capacidade instalada, de 374,1 TWh em 2020 para 414,1 TWh em 2030.
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Além de fornecer uma fonte de energia limpa e renovável, as hidrelétricas oferecem vantagens adicionais. Os reservatórios das usinas permitem o controle das cheias dos rios, possibilitando a navegação, a captação de água e a irrigação, além de promover a segurança das cidades e comunidades próximas.
Além disso, as empresas responsáveis contribuem para a preservação da fauna e da flora nas áreas adjacentes, resultando em benefícios para diversos setores, incluindo o turismo. O setor de hidrelétricas também impulsiona uma ampla cadeia de empregos, proporcionando vantagens para as comunidades locais e para a economia em geral.