Os investimentos em hidrelétricas no Brasil demonstraram efeitos macroeconômicos significativos ao longo de duas décadas, de 1995 a 2018, apontou um estudo recente da consultoria Pezco Economics. Empresas como Vale, Petrobras, Gerdau, Alcoa e Companhia Brasileira de Alumínio investiram cerca de R$ 112 bilhões em obras de construção e mais R$ 29 bilhões em operação, resultando na criação de 196 mil postos de trabalho anualmente e um aumento de R$ 13 bilhões na massa salarial.
Além disso, o estudo revelou que esses investimentos impulsionaram, em média, um crescimento anual de 0,6% no Produto Interno Bruto (PIB), com metade desse crescimento proveniente do investimento em si e a outra metade relacionada ao ganho de competitividade. Embora a maioria das usinas tenha sido construída no Sul e Sudeste, os benefícios econômicos se estenderam a outros estados, como Amazonas e Piauí, demonstrando os efeitos positivos na cadeia de suprimentos.
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O segmento de autoprodução, atraente para empresas de setores eletrointensivos, assumiu riscos para garantir um suprimento previsível e energia mais competitiva. O estudo destacou reduções de custos de até 30% em média, impulsionando não apenas a indústria de transformação, mas também segmentos como comércio, indústria de extração, serviços financeiros e imobiliários.
Apesar dos benefícios econômicos, especialistas destacaram distorções no modelo do setor elétrico e questionaram os benefícios concedidos aos autoprodutores, sugerindo revisões na legislação para uma distribuição mais equitativa dos custos e benefícios. A expectativa do setor é que o governo promova mudanças para garantir a competitividade da indústria nacional e fomente programas de energia sem onerar excessivamente os consumidores.